A Liga Brasileira de Lésbicas e a Associação Lésbica Feminista de Brasília Coturno de Vênus (LBL) lançou no mês passado, em âmbito nacional, uma pesquisa para mapear sócio e democraticamente toda a população que se entende como lésbica e sapatão do Brasil. A data escolhida para a divulgação foi o dia 29 de agosto, dia em que se celebra a visibilidade lésbica. O prazo para Prazo para a coleta de dados vai até março de 2022.
Segundo Léo Ribas, que é uma das Articuladoras Nacionais da LBL e faz parte da coordenação de mobilização e comunicação do projeto, o objetivo é obter informações sobre trabalho, educação, violência, saúde, relacionamento, relações familiares e redes de apoio das mulheres homossexuais que residem em território nacional. “Nossa população sofre com o apagamento e invisibilidade de nossas pautas e com isso não temos o acesso necessário a políticas públicas específicas”.
Ela explica ainda que, uma vez com estes dados em mãos, vai ser possível identificar quais fatores contribuem para vulnerabilidade social e individual deste público, assim como também vai descrever comportamentos de risco frente às doenças sexualmente transmissíveis (como a Aids). A pesquisa vai ainda estimar ainda quais são os tipos de violências mais sofridos por elas.
“Com isso vamos ter como pleitear políticas públicas específicas dos Estados e municípios, pois será a partir desses dados que se terá um mapeamento mais próximo da realidade dessas pessoas”. Quase um mês depois do lançamento, a pesquisa obteve mais de 8,5 mil respostas. Uma equipe de 40 supervisoras voluntárias, que estão distribuídas nas cinco regiões do Brasil, têm feito o trabalho de divulgação. “Nossa meta é chegar a, pelo menos, 67 mil lésbicas e sapatão em todo o território nacional”.
LÉSBICA E SAPATÃO
Léo revela que a utilização dos dois termos é bastante importante, apesar de ambos terem o mesmo significado. “O primeiro eixo da pesquisa é sobre auto identificação. Optamos por esses dois para abranger um maior número de pessoas. Lésbica porque é um termo muito utilizado, ressignificado a partir das lutas dos movimentos lésbicos feministas, desde a década de 1970 no Brasil. Sapatão pela potencialidade política e ressignificação desse termo, inclusive pelas gerações mais recentes.
A articuladora diz ainda que todo o projeto obedece a um rigor acadêmico e foi aprovado por um comitê de ética universitário. “O que nos dá um maior respaldo para que possamos utilizar esses dados. Pois é uma pesquisa científica”.
Depois da coleta de dados, que é a primeira etapa, eles serão analisados, será feita uma formação política, elaborado e apresentado um relatório final de todo o trabalho.
RESPONDA
Para acessar e responder ao formulário da pesquisa, clique aqui .